Foto Ação do Coração

Sétima edição da Ação do Coração toma conta da Praça Mauá, em Santos

Evento realiza, todos os anos, a distribuição de corações e arrecada alimentos.

Em sua 7ª edição, a Ação do Coração reuniu nesta quinta-feira (2), mesmo com chuva, entre 10 mil e 12 mil pessoas, de acordo com a organização do evento, na Praça Mauá, no Centro de Santos. O ato de solidariedade tem o objetivo de incentivar o amor e a amizade, com ponto principal na distribuição de corações que foram confeccionados ao longo dos últimos meses por voluntários. Este ano, o tema é Nosso CorAÇÂO, Nosso Território, com foco nos refugiados, excluídos e migrantes.

Segundo a organização do evento, até agora, foram contabilizados 180 mil corações e pelo menos 12 toneladas de alimentos arrecadados, que serão distribuídos pela região e Vale do Ribeira.O dia chuvoso deu uma pausa na hora do almoço para que Alexandre Camilo, fundador da Ação, desse as boas-vindas à celebração, pontualmente ao meio-dia. De braços dados com a mãe, dona Regina, ele agradeceu a quem foi à praça e orou, pedindo paz e amor.“Mais uma vez estamos aqui. E eu só tenho a agradecer. Agradecer a Deus, em primeiro lugar, ao meu irmão, minha mãe e a todas essas pessoas que fazer a Ação do Coração acontecer”, disse ele.

Dona Regina Conceição, mãe do Alexandre, entoou uma ave-maria ao lado do filho. Visivelmente emocionada, ela mal conseguia falar. “Tô segurando o choro. Hoje é só emoção e agradecimento”, disse ela.

Presente à abertura da ação, o prefeito de Santos ressaltou a união. “Mais um ano que a nossa cidade é palco dessa ação, ainda mais sobre um tema tão importante. Que esse sentimento de solidariedade se espalhe cada vez mais”.

O tema deste ano foi Nosso Coração, Nosso Território – Refugiados, Excluídos e Migrantes. E para representar uma parcela dessa população, um grupo de cerca de 20 refugiados africanos estiveram na Praça. “Estamos muito honrados de estar aqui. Só tenho a agradecer, porque se tem um jeito de personificar a solidariedade é esse aqui”, disse Lúcia Lima Reis, representante da comunidade africana de refugiados no Brasil.

Lúcia é da República do Cabo Verde e trouxe representantes de diversos países africanos, como Angola e Nova Guiné.

O grupo desfilou entre os corações carregando as bandeiras de seus países, sendo aplaudidos pelo público. “Aqui, mais do que nunca, eles estão se sentindo acolhidos”, completou Lúcia.

Várias Religiões

Como de costume, representantes de diversas religiões também estiveram presentes na Praça. Um ato ecumênico seguiu com discursos sobre tolerância religiosa e respeito ao outro.

“Nós estamos aqui para promover o diálogo. Reunimos 19 representações de religiões diferentes, que se respeitam entre si”, disse o coordenador do Movimento Interreligião pela Cidadania, José da Conceição de Abreu, conhecido como Zezinho.O líder disse que, só em Santos, são 19 comunidades visitadas por eles nesse meio tempo entre os dois meses em que se reúnem. “A promoção da paz é a nossa meta, por isso que há conversas entre todos. Seguimos como franciscanos mesmo e a Ação prova que segue neste sentido, tanto que a missa feita após a ação é no Santuário do Valongo, um lugar franciscano”, completou.

De longe

Pela terceira vez na Ação do Coração, a aposentada Maria Creuza de Lima Dias, de 64 anos, acordou às 5 horas para chegar à Praça da Mauá cedinho. Ela veio de Peruíbe. “Quando você vai pela primeira vez, não tem como não ir mais depois. Tava um frio de manhã, mas eu levantei com a maior disposição”, brinca.

Este ano ela não fez coração, mas garantiu a doação de alimentos. Mesmo tendo que se deslocar de tão longe, a dona de casa diz se sentir realizada. “Estou muito feliz. Vim sozinha, mas aqui me senti acolhida”, conta ela, que fez a amiga Zulmira Jesus Trigueiro.

A aposentada de 84 anos é portuguesa, mas se diz “filha adotiva de Santos”. “Eu vi que ela estava sozinha e na hora do abraço já ficamos amigas. Aqui o que se sente é só amor e sentimentos bons”, contou ela, que foi pela quarta vez ao evento.Para celebrar ainda mais o evento, teve artistas e a orquestra do Instituto Pão de Açúcar, regida pelo maestro Daniel Misuki, que foi a todas as edições. O show dos jovens, que encantou o público, foi traduzido em libras em tempo real pela intérprete Eliana Larte. O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, agradeceu aos céus e às pessoas. “É um show de solidariedade o que vemos aqui. Que a ação perdure por mais e mais tempo”.

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